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São Paulo – Bike Tour – roteiro Centro Antigo

3 março 2018



Um dos passeios mais legais disponíveis na maior metrópole do país, o Bike Tour é uma ótima iniciativa que já está sendo implantada em outras cidades: um percurso de bicicleta acompanhado de um guia por algumas das principais atrações de São Paulo, com roteiros diferentes sendo oferecidos nos finais de semana em vários horários.

Resolvi  experimentar um dos roteiros em novembro de 2017. Escolhi o passeio pelo centro antigo de São Paulo, que saía do Ibis Budget, na Avenida São João, pontualmente às 10h30.

As bicicletas são novas e confortáveis, com cesto frontal. Veste-se um colete e um capacete e ainda ganhamos um copo de água.

 

O percurso é bem sinalizado e conta com a colaboração dos voluntários que controlam o trânsito de bicicletas pelas ciclovias da cidade, o que transmite segurança para o grupo, que é formado de no máximo 10 ciclistas.

À frente do grupo vai o guia e, em sua bike, uma caixa de som que irá transmitir as informações de cada atração turística. Normalmente esse guia é um voluntário em formação na área de turismo.

Contornamos a Praça da República e cruzamos o Viaduto do Chá até chegarmos na nossa primeira parada, no Largo de São Francisco, onde pudemos ver três das várias atrações do percurso.

A primeira foi a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, a mais antiga e uma das mais importantes do país, cuja fundação se deu logo após a Independência.

Além de sua Biblioteca – a primeira pública do Brasil – é famosa por ter formado vários personagens marcantes da história do país, incluindo alguns Presidentes como Campos Salles, Jânio Quadros e Michel Temer.

 

Literalmente ao lado ficam duas das mais antigas igrejas da cidade e que juntamente com o prédio da Faculdade de Direito formam um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos de São Paulo.

O Convento de São Francisco  e a Igreja  de São Francisco das Chagas datam do século 18, sendo ambas pertencentes à ordem franciscana.

De lá fizemos uma parada mais extensa em frente à Catedral Metropolitana de São Paulo ou simplesmente a Catedral da Sé.

Relativamente nova, sua construção, em estilo neogótico, teve início em 1913, mas só ficou pronta cerca de 40 anos depois, a tempo da comemoração dos 400 anos da cidade em 1954.

 

A Catedral fica em frente à praça de mesmo nome situada no coração da cidade e foi alvo de uma restauração geral no início do século 21.

Possui 111 metros de comprimento, 46 metros de largura e 92 metros de altura, sendo o quarto maior templo neogótico do mundo.

Na cripta da Catedral, onde pode ser feita uma visita guiada ficam os restos mortais dos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta.

No meio da praça fica outra atração: o Marco Zero da cidade.

Representando o centro geográfico da cidade, é um prisma hexagonal revestido de mármore, de onde todas as distâncias são referenciadas, inclusive na numeração das casas em ruas – quanto mais próximo do marco zero, menos será a numeração do prédio.

Inaugurado em setembro de 1934, possui seis lados, cada um indicando uma direção e uma ilustração caracterizando o estado (ou cidade) que pode ser alcançada naquela direção.

Assim, temos um navio representado a cidade de Santos (a sudeste), uma araucária para o Paraná (sul), o Pão de Açúcar e uma bananeira para o Rio de Janeiro (nordeste), equipamento de mineração para Minas Gerais (norte), a bateia usada no garimpo representando Goiás (noroeste) e a roupa usada pelos bandeirantes para o Mato Grosso (sudoeste).

Seguimos pedalando até o Solar da Marquesa de Santos, mostrado na foto abaixo e que também é sede do Museu da Cidade de São Paulo.

Datada da segunda metade do século 18, foi adquirido para servir de moradia à Domitila de Castro Canto e Melo, nome verdadeiro da famosa Marquesa.

O prédio teve várias outras funções até ser desapropriado pela Prefeitura e tombado como monumento histórico do Estado.

Ali próximo fica o Pateo do Colégio, local da primeira construção estabelecida pelos jesuítas para a catequização dos indígenas.

Pertencente à Companhia de Jesus, o prédio abriga o Museu Anchieta, um auditório, uma biblioteca, a galeria Tenerife, a Igreja Beato José de Anchieta (onde fica o fêmur do famoso jesuíta) e uma praça interna com um simpático café.

Passamos pelo Largo de São Bento onde fica o Mosteiro de mesmo nome (foto acima à direita), além de um colégio e de uma faculdade. Construído no início do século passado, vivem no mosteiro cerca de 45 monges. Seu interior é belíssimo, mas desta vez não houve tempo para visitas.

Continuamos explorando o centro antigo, passando por edifícios ícones da cidade como o mal-assombrado Martinelli (foto à esquerda) e o Matarazzo, atual prédio da Prefeitura desde 2004, recém reformado e com um jardim suspenso em sua cobertura, podendo ser visitado gratuitamente através de um tour guiado.

Do alto do Viaduto do Chá tem-se uma vista do vale do Anhangabaú, local de manifestações políticas e shows populares.

Verdadeiro centro nevrálgico da cidade, é um entroncamento importante de vias, além de possuir um terminal de ônibus.

Do outro lado do viaduto, na praça Ramos de Azevedo, fica o Teatro Municipal de São Paulo, inaugurado em 1911 e cuja arquitetura foi inspirada no Opera de Paris.

A Semana de Arte Moderna, um dos mais importantes acontecimentos artísticos do século passado ocorridos no Brasil, teve sua sede neste teatro.

De lá voltamos ao nosso ponto de partida com direito a trilha sonora escolhida por um dos participantes (eu!).

Foram cerca de 1h 15 minutos de muita informação em um passeio agradável, seguro e quase gratuito – eles pedem a contribuição de 2 quilos de alimentos não perecíveis, que serão doados a instituições de caridade.

Enfim, um projeto muito bacana!

Maiores informações no site da bike tour.

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