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China – Beijing parte 1

20 agosto 2012

Estádio Nacional de Beijing, ou Ninho de Pássaro

Chegamos a Beijing num fim de tarde, após um voo de quase 10 horas direto de Istambul que, felizmente, estava vazio, permitindo que pudéssemos descansar um pouco.

O Aeroporto estava tinindo de novo, super moderno e amplo, arrojado mesmo. A imigração correu sem sustos, mais tranquilo do que esperávamos.

Primeira visão de Beijing, do lado de fora do aeroporto

Interior do aeroporto

Como estávamos em 4, resolvemos contratar um transfer no aeroporto mesmo. Claro que não foi uma tarefa simples e rápida, ainda mais porque tivemos que começar a colocar em prática nossa expertise em pechinchar, o que acabou nos tirando uns 15 minutos até conseguirmos o preço de 400 yuans até o nosso hotel.

Saiu um pouco mais do que o normal, que seria 250 yuans, pois tivemos que ser colocados numa van, dado o número de malas. 1 US$ na época valia cerca de 6,5 yuans (também conhecido como Renminbi, ou “dinheiro do povo”, abreviação RMB).

Felizmente os preços dos hotéis na China, com exceção de Hong Kong, são bem em conta, por isso decidimos esbanjar um pouco e ficar em hotéis mais “estrelados”.

No caso de Beijing, escolhemos o 5 estrelas Swissotel Beijing, bem localizado e com quartos bem confortáveis – o preço para acomodação dupla conseguido no Booking.com foi de 600 RMB, ou seja, menos do que US$ 100, sem café da manhã. Este último detalhe não era problema, pois havia um Starbucks bem ao lado do hotel.

Quarto do Swissotel

Neste primeiro dia procuramos nos aclimatar nesta enorme cidade e somente saimos a pé para explorar as redondezas. Aprendemos a primeira lição chinesa: Beijing definitivamente não é uma cidade para ser explorada a pé. As quadras são bastante espaçadas, os prédios largos e atravessar uma avenida pode significar um desvio de algumas centenas de metros.

Ruas de Beijing

Para o dia seguinte, achei melhor contratar um tour. Deste modo poderíamos conhecer algumas atrações sem muito estresse e eu ainda teria uma chance de me localizar nesta cidade imensa.

O programa foi um passeio que havia reservado desde o Brasil, num site bem cotado pelos viajantes virtuais chamado Tour-Beijing. Escolhi o chamado  “Hutong and Olympic Sites”, que pode ser visto com mais detalhes, incluindo o preço, aqui.

Pontualmente às 8hs, nossa simpática guia estava na portaria do hotel para nos acompanhar. O tour foi feito em um micro-ônibus de 20 lugares, mas a nossa turma (como constava no site) era formada de apenas 7 pessoas.

Nosso micro-ônibus

A ordem dos lugares visitados não seguiu bem o script constante do site, mas não fez muita diferença no resultado final.

A primeira parada foi no Yong He Gong, ou no chamado Templo de Lama.

Entrada do Templo de Lama, já incluida no preço do passeio

Caminho até a entrada do Templo

Portão principal

O Yonghegong é o maior templo budista de Beijing e é composto de 5 grandes pavilhões, cada um com uma denominação diferente: temos o dos Deuses Celestiais (Tian Wang Dian), o da Harmonia e Paz (Yonghegong) , o da Proteção Duradoura (Yongyoudian) o da Roda da Justiça (Falundian) e o Pavilhão das 10 mil Alegrias (Wanfuge).

O Pavilhão dos Deuses Celestiais fica próximo à entrada do Templo e contém, como manda a tradição budista, o Templo de Maitreya (ou Buda do Futuro, ou Buda Sorridente) além das estátuas dos 4 Deuses Celestiais que guardam os 4 mundos descritos pelo Budismo.

Já deu para perceber que o principal pavilhão é o da Harmonia e da Paz, não é? Ele possui 3 estátuas de Buda feitas em bronze – um do passado (Kasyapa Matanga),o do presente (Gautama) e do Futuro ( nosso conhecido Maitreya).

O Pavilhão da Proteção Duradoura constumava ser o quarto e o local de leitura do Imperador Yongzheng, para quem o Templo foi construído, em 1694, e também contém estátuas de Buda.

Já o da Roda da Justiça é devotado a atividades religiosas e possui uma estátua de Tsong-kha-pa, o fundador do lamaísmo (vertente do Budismo cujos sacerdotes usam uma proteção amarela na cabeça).

A principal atração do local fica no Pavilhão das 10 mil Alegrias (onde mais?): é a enorme (26 m) estátua de Maitreya feita em sândalo branco, que está listada no Guinness Book of Records como a maior estátua de Buda esculpida no mundo.

Pavilhão dos deuses Celestiais

Alguns dos arhats (seguidores de Buda) no Yonghegong

Estátua de Maitreya (26m)

Peça em metal próxima ao Yonghegong

Pavilhão das 10 mil Alegrias

Depois fomos ao Complexo Olímpico, visita que ficou prejudicada pela neblina/poluição, que insistiu em estragar nossas fotos. Deu para ver, contudo, a magnitude das construções, como parece ser a norma aqui em Beijing.

Close no Ninho do Pássaro

Esse Mickey aí debaixo, que esperava turistas desavisados, ficou perseguindo minha irmã para conseguir alguns trocados pela foto tirada – foi uma das cenas mais hilárias da viagem!!

Mickey xingling – uma peste!!!

Fomos então levados a um local onde pudemos fazer uma degustação de chás, tudo bem explicadinho. Por um lado foi bom, pois pudemos aprender um pouco da arte de beber chás na China, mas não deixou de ser uma parada meio forçada para que consumíssemos os produtos da loja.

Ainda bem que não durou muito…

Vou plepalar agola um chá de asa de bolboleta…

Depois do merchã, rumamos para o Zoológico de Beijing, que achei meio mal cuidado.

A principal atração de lá são mesmo os pandas, que apesar de lindos, ficam absolutamente imóveis, dando até a aparência de serem falsos (sabe aquela impressão que temos na Disney?).

Entrada do Zoo de Beijing

Um dos exemplares locais – grandinho, não?

Lindo e imponente, não?

Um exemplar do raro tigre branco

Próxima parada foi em um Hutong, palavra que em mongol significa “poço de água”, mas que aqui em Beijing designa tanto as ruelas estreitas quanto a área onde as moradias mais pobres se situam. Tudo começou na Dinastia Yuan, no século 13, quando iniciaram as construções próximas aos poços de água.

Existem inúmeros hutongs por aqui, principalmente ao redor da Cidade Proibida, e vários deles se juntam formando um verdadeiro labirinto, onde facilmente perdemos a orientação. Uma das curiosidades das construções é que elas não possuem banheiros, que ficam normalmente no meio do quarteirão para uso coletivo.

Alguns deles estão sendo demolidos para dar passagem a ruas e edifícios, mas existe uma tentativa de preservá-los. Muitos afirmam (e parece ser inegável) que eles representam a verdadeira história da maioria do povo desta cidade.

Muitos turistas visitam os hutongs, normalmente em tours com guia, já que é bastante fácil se perder por suas ruelas.

No nosso caso, começamos a desbravar os hutong com um passeio de riquixá.

Nossa “carruagem”

Hora do rush no Hutong

Axô….

Nossa visita também incluía (e por isso acabei escolhendo este tour) um almoço típico na casa de uma família moradora do hutong. Não me arrependi: foi uma das experiências mais gostosas de toda a viagem.

A comida era farta e bem parecida com o que estamos acostumados a ver nos restaurantes chineses no Brasil: bolinhos de carne, frango com vegetais, arroz, repolho cozido e carne com cebola. Estava tudo delicioso e fomos super bem tratados pela família. Eu achei que o pessoal fosse estranhar o tipo de comida, mas todos sairam satisfeitíssimos.

Menu do almoço

O grupo de turistas. A senhora de vermelho não parava de comer!

Nossa simpática cozinheira

O hutong que visitamos (do qual não me recordo do nome) ficava bem próximo à Bell Tower (Zhōnglóu) e à Drum Tower (Gulou), duas construções que dominavam a paisagem da cidade antes dos edifícios.

A Drum Tower tem 47 metros de altura e foi construída em madeira, inicialmente com finalidades musicais, mas depois foi utilizada para anunciar as horas.

As duas foram abertas ao turismo na década de 1980, mas infelizmente não tivemos tempo de visitá-las. Fomos deixados no Hotel para descansar um pouco da maratona turística.

Bell Tower ou Zhōnglóu

Drum Tower, ou Gulou

À noite fomos ver um espetáculo de acrobacia chinesa, no Tiandi Theather que, por sorte nossa, era bem próximo ao hotel.

Reservei alguns ingressos pelo site http://www.tianditheatre.com, que a princípio parece ser oficial do teatro, mas que leva a uma tal de Beijing Guide Travel Service. Através dele podia-se reservar ingressos inclusive com direito à escolha da categoria do assento. Os preços eram bem mais baratos do que os “oficiais” e havia uma descrição precisa de como o fazer.

Resolvi arriscar, já que não havia nenhum tipo de pagamento antecipado. E deu tudo certo: o guia estava lá no horário previsto,  o preço foi o mesmo anunciado e, pasmem, os ingressos não eram falsos!!!

O espetáculo foi realmente um espetáculo, digamos assim. Tá legal, sei que é muito turístico, que seria o nosso equivalente do “show das mulatas”, mas é inegável a habilidade dos artistas. Diversão garantida por 1h e 30min!

Acrobatas no Tiandi Theater

Ufa… muito passeio para um dia só, não acham?

6 Comentários leave one →
  1. Luciana Betenson permalink
    21 agosto 2012 12:30 pm

    Muito bacana esta viagem. De fato é muito passeio para um dia só, mas super interessante! Aguardo mais posts da China. Bjs

    • 21 agosto 2012 5:33 pm

      Oi Lu,

      Os posts vão sair meio que a conta-gotas. Esperei muito tempo para começar a escrever e agora tenho que fazer um esforço extra de memória. O legal é que estou revivendo a viagem inteira e isso é sempre bom, né?
      Bjs

  2. Majô permalink
    21 agosto 2012 2:22 pm

    JB, sou apaixonada por estes templos, belíssimos ! E as fotos estão bárbaras !
    China está na minha wishing list 😉
    Esta viagem deve ter sido linda 😉

    • 21 agosto 2012 5:35 pm

      Foi mesmo, Majô.
      Estou relembrando tudo 9 meses depois!!
      Bjs

  3. 21 agosto 2012 5:35 pm

    Oi JB. Já acompanho seu blogue há muito tempo mesmo e desfrutei ao máximo lendo sua viagens pelo Sudeste Asiático ou Balcãs. Mas, confesso, que aguardo seus posts sobre a China com ansiedade e entusiasmo até porque esse país tá no topo da minha lista pra conhecer. Já agora aproveito para lhe dizer que também tenho um blogue (www.desportoviajar.wordpress.com) onde partilho com todos os demais minha viagens e sensibilidades. Nesse momento tou dedicando uma série à Cidade do Vaticano. Se quiser, passe lá. Esse post sobre Beijing ou Pequim aguçou meu apetite sobre a China. Ni hao.

    • 22 agosto 2012 5:27 pm

      Oi Bruno,

      Vou dar uma passada por lá. Valeu!

      Abraços,
      JB

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