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Ilha Grande 2020 – Ilhas paradisíacas

30 setembro 2020

Praia do Dentista



Um dos passeios mais conhecidos em Ilha Grande, o tour Ilhas Paradisíacas visita lindas praias que, na verdade, nem ficam em Ilha Grande. Como já tínhamos feito o passeio à Lagoa Azul e a parte sul da ilha estava com ondas grandes, impedindo o passeio de volta completa, achamos que seria uma ótima oportunidade de conhecer novos lugares e praias verdadeiramente paradisíacas.

Esse passeio pode ser feito de forma mais barata a partir de Angra dos Reis, já que os locais visitados ficam mais próximos de lá mas super vale a pena sair de Ilha Grande se você já tiver esgotado a oferta de passeios disponíveis.

A primeira parada já pode ser considerada clássica, na famosa Praia do Dentista que fica na Ilha da Gipoia e que ganhou esse apelido por conta de um dentista famoso que tinha casa de veraneio por ali. Nos finais de semana a praia fica superlotada com várias lanchas se aglomerando e uma horda de turistas ávidos por um pedacinho de mar. Felizmente fomos em um dia de semana e pudemos curtir a tranquilidade do local já que havia apenas três outras lanchas que estavam fazendo o mesmo passeio.

No meio da praia marca presença um coqueiro torto que já está ficando tão comum quanto aquelas placas de “Eu amo tal cidade”.

Pelas fotos dá para ver que a praia é mesmo um espetáculo! Aproveitamos bem cada um dos 50 minutos de parada.

 

Seguimos para a segunda parada, ainda na Ilha de Gipóia, desta vez em um local chamado Ponta da Piedade, ao lado de onde ficava a Ilha de Caras, que hoje não passa de uma casa abandonada.

O local é bonito, com uma praia de cada lado da faixa de areia, o que só acontece na maré baixa.

Não podia faltar uma igrejinha simpática para completar o panorama.

A terceira parada foi nas Ilhas Botinas, uma espécie de Lagoa Azul angrense mas com impacto visual bem inferior à sua irmã de Ilha grande, devido à profundidade aqui ser maior e portanto menor a transparência da água. Mesmo assim é um ótimo local para o snorkel.

A quarta parada foi uma bela surpresa: a Ilha de Cataguas (também conhecida como Cataguazes) tem águas calmas e cristalinas com o verde claro característico dessa região.

Aproveitamos também e comemos alguns pastéis para forrar o estômago pois já eram quase 2 da tarde quando lá chegamos.

A parada para almoço foi quase às 16h em um restaurante no Saco do Céu com preços exorbitantes como é de praxe nessas excursões. Por sorte havíamos comido na parada anterior e conseguimos passar incólumes pelo almoço e guardar a fome para o jantar no Abraão.

E a volta nos brindou com um belo por do sol para fechar o dia lindo.

Esse passeio é oferecido pela maioria das empresas em Abraão e custou R$140 (setembro/2020).

Ilha Grande 2020 – trilhas próximas à Vila do Abraão

24 setembro 2020



Ilha Grande possui um circuito bem sinalizado de trilhas com diferentes níveis de dificuldade (saiba mais sobre as trilhas aqui), algumas durando o dia inteiro, como aquela que leva ao Pico do Papagaio, ponto culminante da ilha com 960 metros de altura. Outras são bem mais tranquilas como as que se iniciam na Vila do Abraão e que fizemos em dias distintos.

No dia da nossa chegada, na parte da tarde aproveitamos para fazer o Circuito do Abraão (também conhecida como a trilha T01). Ela se inicia à oeste da Vila do Abraão e passa pela praia Preta que é bem tranquila, com areias escuras que fazem jus a seu nome.

Ali ao lado ficam as ruínas do antigo Lazareto, construção de 1871 feita para abrigar doentes que chegavam ao Brasil vindos de outros países, Funcionou como hospital ate 1913, sendo posteriormente aproveitado como presídio até 1954, quando foi demolido com tiros de canhão a mando do então Governador Carlos Lacerda.

Lazareto

Na mesma trilha ficam os restos do Aqueduto construido em 1893 para abastecer o Lazareto, captando a água do córrego do Abraão. Possui 125 metros de extensão e 30 metros de altura.

Mais adiante encontra-se um dos melhores pontos da ilha para um banho gelado: o local conhecido como Poção, onde deságua uma pequena cachoeira.

Claro que a água estava um pouco gelada, ainda mais sem a presença do sol, que ilumina o local na parte da manhã nesta época do ano. Isso não foi suficiente para demover os turistas da ideia de aproveitar o escorrega natural para um banho refrescante.

Existe outra cachoeira mais conhecida (Cachoeira da Feiticeira) mas não havia tempo hábil para iniciarmos a trilha que leva até a praia do mesmo nome e voltarmos antes do anoitecer, portanto esse é um passeio que vamos deixar para uma próxima vez (assim como o passeio de barco à parte sul da ilha, que possui algumas das mais belas praias de Ilha Grande. Pela segunda vez, devido às condições de mar, esse passeio não estava sendo oferecido).

Em outro dia fizemos uma das trilhas mais conhecidas da ilha, até a Praia de Abraãozinho, passando pela Praia da Júlia e pela Praia Comprida. Esta trilha é tranquila apesar de haver alguns trechos sobre pedra, o que requer algum cuidado.

Praia de Abraãozinho

A recompensa, contudo, é curtir a deliciosa praia de Abraãozinho, tranquila e semi deserta.

Ilha Grande 2020 – Lagoa Azul e outras praias

18 setembro 2020

 

Praia da Araçá



Ah, as vantagens de se ir a um destino turístico na baixa temporada (ou em dias de semana, como no nosso caso). Em que outra época teríamos condições de barganhar preços de passeios ou obter descontos diretamente com o dono da lancha?

Foi o que fizemos. Pesquisando os preços dos passeios, notei que alguns estavam um pouco mais baratos do que há 5 anos (meia volta da Ilha por R$150, quando pagamos R$160 em 2015) e descobri que os valores flutuam mesmo com a sazonalidade (ou com a pandemia, neste caso, já que a imposição do isolamento social levou a um menor número de passageiros por passeio).

No nosso grupo de 4 amigos havia desde um frequentador assíduo da ilha até aquele que nunca havia pisado lá, portanto, nos pareceu interessante investir no aluguel de um barco só para nós, o que promoveria também maior segurança, além da liberdade para escolhermos onde ancorar. Depois de muita lábia, definimos a Lagoa Azul como parada obrigatória incluindo algumas praias no entorno. Fechamos o preço com o Tiago (ficou mais em conta do que se fizéssemos o passeio de meia volta que, na minha opinião, só vale pela Lagoa Azul), compramos algumas cervejas e refrigerantes e zarpamos na direção oeste.

Lagoa Azul (ou seria verde?)

Vinte minutos depois estávamos chegando ao paraíso que é a Lagoa Azul que, desta vez, estava beeeem mais vazia do que a primeira. A cor da água ainda impressiona e com a ajuda do snorkel e máscara (cedidos e desinfetados gentilmente pelo Tiago) conseguimos ver alguns cardumes. Aproveitamos bem a frequência relativamente pequena e ficamos pouco mais de uma hora por lá.

Olha a cor dessa água!

Nossa próxima parada foi em uma das praias mais bonitas da ilha, chamada Grumixama (que, vim saber depois, é uma frutinha parecida com a cereja). Bem próxima da Lagoa Azul, estava vazia quando chegamos o que aumentou ainda mais o impacto visual. Vejam as fotos abaixo para entender do que eu estou falando.

Praia de Grumixama

Um lugar desses não merecia a chegada de uma lancha com música de gosto duvidoso tocando a todo volume e, ainda por cima, fazendo churrasco, né? Pois foi o que aconteceu para acabar com o nosso sossego e não tivemos outra opção senão abandonar esse paraíso.

Praia de Grumixama

Rumamos então para a praia de Araçá, onde a paz felizmente reinava.

Praia de Araçá

Depois de um delicioso e silencioso banho de mar, fizemos uma pequena trilha que liga esta à praia de Freguesia de Santana, passando pela simpática igrejinha local de mesmo nome, construída em 1796 e onde, até hoje, são celebradas missas.

Nosso barqueiro estava nos aguardando do outro lado da trilha para continuarmos viagem, desta vez parando em Japariz para o almoço.

Sentamos no restaurante Recanto da Praia, com bom atendimento e pratos com fartura, mas preços um tanto caros. Escolhi dividir um prato de camarão à milanesa com arroz feijão e salada que estava gostoso e parecia ser o prato com maior custo benefício (R$120). Pratos de carne estavam a R$95 e frutos do mar ficavam na faixa dos três dígitos, sendo mais caros, inclusive, do que os restaurantes em Abraão.

 

 

Praia da Feiticeira

A última parada do dia foi na Praia da Feiticeira, que estava bem mais vazia do que da primeira vez. É uma praia do jeito que eu gosto, pequena e sem ondas mas não morro de amores por ela, talvez pelo fato de só tê-la conhecido na parte da tarde, quando o encanto das praias fica menos evidente.

Praia da Feiticeira

Rumamos então de volta à Abraão, chegando lá por volta das 17h. Tivemos sorte com o tempo, já que a previsão era de um dia nublado e aproveitamos bastante a liberdade de ter um barco só para nós.

Ilha Grande 2020 – segunda vez

9 setembro 2020

Depois de cinco meses de quarentena devido ao coronavírus e com a melhora da situação no estado do Rio de Janeiro, comecei a planejar viagens curtas a lugares próximos, buscando informações dos locais quanto à segurança e abertura das atrações. Um dos lugares que me pareceu mais atraente foi Ilha Grande, que recém abriu suas portas aos visitantes no dia 15 de agosto.

A decisão de revisitar esse paraíso na Costa verde do Rio de Janeiro foi tomada baseada em dois fatores: a vontade de frequentar uma praia e o isolamento da ilha, que proporciona inúmeras possibilidades de achar aquela praia deserta. Combinado a isso, escolhi viajar durante a semana, o que aumentaria a sensação de segurança por conta do número menor de turistas.

mapa-como-chegar

Dito e feito: após escolher um apartamento com varanda e rede no Booking, partimos em uma segunda nublada em direção à Angra dos Reis, de onde saem os flex-boats, barcos rápidos que fazem a travessia até a Vila do Abraão, principal  em Ilha Grande.

Detalhe: devido a uma briga entre os municípios de Angra e Mangaratiba, atualmente (agosto de 2020) só se consegue embarcar no barcos rápidos a partir do cais de Santa Luzia, em Angra.

Na Ilha, encontramos pessoas que conseguiram embarcar por Conceição do Jacareí (distrito de Mangaratiba e local que fica mais próximo da Ilha Grande), mas também ouvimos relatos de pessoas que saíram por lá mas foram impedidos pela Polícia Militar de Angra de continuar viagem até a Ilha Grande. Sugiro verificar como está a situação antes de viajar.

Além dos barcos rápidos, também há barcas da CCR que fazem a ligação do continente com a  Vila de Abraão mas os horários são ruins – saindo de Mangaratiba às 8h da manhã e de Angra às 15h30. Em ambos os casos a passagem custa R$17,30 (veja mais detalhes no site). A viagem saindo de Angra vai pela baía e consequentemente balança menos do que o outro percurso que é feito em mar aberto.

O trajeto em barco rápido dura pouco mais de 30 minutos e custa R$100 ida e volta (R$60 a ida e R$40 a volta, não sei por que razão essa diferença) e também cruza águas abrigadas sendo, portanto, bem tranquilo. Existem várias empresas fazendo esse trajeto (algumas levam até Araçatiba, do outro lado da Ilha) e as saídas são a cada hora, das 8h às 17h.

Veja os horários neste site.

Chegamos em Angra no final da manhã de uma segunda feira e conseguimos comprar nossas passagens para o flex-boat das 11hs que chegou à Vila do Abraão cerca de 40 minutos depois (houve uma curta parada em Japariz). Alugamos um apartamento com ar condicionado e rede na varanda na rua principal (Getúlio Vargas) mas suficientemente longe da muvuca dos restaurantes, o que garantiu boas noites de sono.

A ilha tinha poucos turistas e nos sentimos seguros com as condições da viagem – o flex-boat carregava 40% da sua capacidade, o que favorecia o isolamento entre os passageiros. Ao final, conseguimos fazer ótimos passeios e pegamos apenas um dia de tempo nublado, que foi dedicado à algumas trilhas.

Veja também os relatos da primeira visita, em 2015:

Ilha Grande – Como chegar

Ilha Grande – Passeio a Lopes Mendes

Ilha Grande – Passeio de meia ilha

Ilha Grande – Dicas

Vale dos Vinhedos – Garibaldi e Alto Feliz

23 outubro 2019


No nosso útlimo dia aproveitamos para fazer um roteiro turístico enxuto por Bento Gonçalves mesmo e paramos na praça de onde saem os passeios do trem Maria Fumaça, mais conhecido como o Trem do Vinho.

Realizando um trajeto de km que sai de Bento, passa pela cidade de Carlos Barbosa e termina em Garibaldi, oferece provas de alguns exemplares da região, entre espumantes, vinhos e suco de uva, além de espetáculos que resgatam a tradição do imigrantes italianos. Alguns passeios incluem o ingresso no Parque da Epopéia Italiana, onde são apresentados espetáculos de música e dança.

Os passeios, oferecidos exclusivamente pela Giordani Turismo ocorrem todos os dias na alta temporada, e às quartas, sextas, sábado e domingo nos meses de março e abril.

O valor do passeio, com o ingresso do Parque Epopéia Italiana custa R$96 na baixa temporada, subindo para R$135 na alta e nos feriados. Há a opção de ir de trem e voltar de ônibus e vice-versa, com saídas às 9h, 10h, 14h e 15h.

Também passamos pela Igreja Matriz Cristo Rei, que fica na praça Padre Rui Lorenzi em frente de onde saem os passeios do Trem do Vinho.

Construída em estilo gótico, foi inaugurada em 1954 com as torres ainda incompletas (só viriam a ser terminadas em 1978).

Seguimos viagem na direção de Porto Alegre, não sem antes fazer duas paradas rápidas.

A primeira foi na cidade de Garibaldi, considerada a capital nacional do espumante e local que merece mesmo uma visita mais demorada.

Como não tínhamos muito tempo, tivemos que nos contentar com  o tour gratuito da Cooperativa Vinícola Garibaldi, que, como o nome sugere, é uma associação que congrega cerca de 400 famílias produtoras sendo um dos cinco maiores produtores de espumantes do país.

A ênfase na qualidade de seus produtos, associado a investimentos constantes levou a vinícola a conquistar vários prêmios, tanto no Brasil como no exterior.

A visita dura cerca de meia hora onde é contada a história da cooperativa e são apresentados alguns locais, como, por exemplo o interior de um dos antigos tonéis ainda com seus resíduos.

Ao final fazemos a degustação de alguns de seus produtos, mas sem inclusão do premiado Moscatel.

Para quem tiver interesse, há uma degustação Taça & Trufa combinando 5 harmonizações de vinhos e espumantes com as deliciosas trufas da Devorata, que tem uma loja/fábrica bem em frente.

Com uma produção reduzida, as trufas são finalizadas e embaladas manualmente. Os sabores são variados e utilizam chocolate ao leite ou chocolate branco, com diversos recheios como castanhas, cerejas e coco, por exemplo. Ótima sugestão para um presente!


INFO – COOPERATIVA GARIBALDI

Horário: As visitas ocorrem todos os dias:

  • Segunda à sábado: 09:00 às 17:00
  • Domingos e feriados:  10:00 às 15:00

Preço: A visita seguida de degustação é gratuita. A degustação Taça e Trufa ocorre todos os dias mediante agendamento às 10h, 13h30 e 15h30 (esse último horário não é oferecido aos domingos) e custa R$35 por pessoa.

Site: www.vinicolagaribaldi.com.br



INFO –  DEVORATA

Horário: Todos os dias das 9h às 17h; aos domingos, das 10h às 16h

Preço: As trufas custam R$4,50 cada (preço de setembro de 2019)

Site: www.devorata.com.br/


A última parada foi na surpreendente Don Guerino, que fica no distrito de Alto Feliz, a apenas 85 km do aeroporto de Porto Alegre.

Considerada uma das mais belas vinícolas do Brasil, o local é mesmo impressionante, com ampla utilização de  vidro e aço corten e aproveitando muito bem a linda topografia do terreno, com vistas incríveis.

Construída em 2007, é uma vinícola familiar, continuando a tradição dos imigrantes que aqui se instalaram vindo da Itália no final do século 19.

Osvaldo Motter, da quarta geração, inicia a produção de vinhos no ano 2000 utilizando castas européias começando assim o seu projeto de enoturismo. Tudo foi pensado à perfeição, o que se nota nos esmeros e pequenos detalhes, como a bonita apresentação, no auditório, do filme que conta a história da vinícola.

O restaurante do local é uma belezura, com uma vista fantástica dos vinhedos. Fica aberto somente aos sábados das 12h às 15h oferecendo um menu harmonizado (sob reserva) ou quando há algum evento especial.

Depois de assistirmos ao filme começou nossa degustação, que foi gratuita. Como era uma segunda feira, o movimento estava pequeno, o que transformou nossa visita em uma aula de vinhos com os diferentes aromas e sabores dos diversos produtos da vinícola.

Entre espumantes e varietais brancos (como o Riesling) e tintos (como o diferente Teroldego), passamos quase uma hora entretidos na linda loja.

Foi uma visita espetacular, tanto pelos vinhos quanto pela simpatia dos proprietários e se torna um desvio quase que obrigatório no trajeto entre Bento e Porto Alegre.

Garanto que você não vai se arrepender!


INFO –  VINÍCOLA DON GUERINO

Horário: Todos os dias das 8h30 às 18h; o restaurante abre todos os dias das 11h30 às 17h

Preço: A visita e degustação são gratuitas.

Site: www.donguerino.com.br/


E assim terminou nossa segunda visita à essa região que já se tornou uma das minhas favoritas no país. Impressiona pelo seu profissionalismo e pelo atendimento ao turista, sempre muito cordial e atencioso. E as experiências estão cada vez mais diversas, fazendo com que uma visita nunca seja igual a anterior.

Vale dos Vinhedos – Caminhos de Pedra e Pinto Bandeira

5 outubro 2019


No segundo dia fomos obrigados a escolher outra padaria para tomar o café da manhã, já que nossa favorita Dolce Gusto não abre aos domingos (!!!). Fomos então em uma simpática e pequena padaria na Rua Planalto, onde tivemos um atendimento primoroso além de preços ainda mais camaradas. Infelizmente não me lembro do nome do local…

Logo depois, fizemos uma das rotas turísticas mais famosas da região e que não havíamos conseguido fazer no ano anterior por conta da chuva: o Caminhos de Pedra.

 

tanaminharota.com.br

Esse roteiro turístico foi idealizado por um engenheiro e um arquiteto após um levantamento do acervo arquitetônico feito na região em 1987. Especial atenção foi dada à Linha Palmeiro, um traçado determinado por um engenheiro em 1870 e que acabou sendo o berço da cidade de Bento Gonçalves, atualmente o bairro de Barracão.

A concentração de construções típicas utilizadas pelos imigrantes italianos no século 19 aliado à facilidade de acesso fez do local uma ótima oportunidade turística ainda não explorada totalmente.

Após um extenso programa de restaurações das construções históricas, apenas em 1992 vieram os primeiros visitantes, através de uma famosa operadora de turismo.

Em 1997 foi fundada a Associação Caminhos de Pedra, que hoje possui 70 associados. Recebendo cerca de 100 mil visitantes todo ano, é um dos passeios mais interessantes a serem feitos na região.

A primeira parada para fotos foi no restaurante Casa Angelo, que fica em uma casa construída em 1889 e que só foi transformada em restaurante em 2005.

Depois seguimos para a Casa do Tomate, cuja sede foi erguida no ano 2000 em estilo italiano e com amplo uso de pedras. Fomos recebidos por uma simpática imigrante que nos contou a história do local e pudemos provar a gasosinha, um refrigerante natural que era produzido pelas famílias de imigrantes para consumo em ocasiões especiais, como  o Natal ou a Páscoa.

Após a explanação, que durou pouco mais de 10 minutos, fomos para a loja onde pudemos degustar vários dos produtos feitos ali sem aditivos químicos: entre geléias de tomate, molhos diversos e até doces, fica difícil escolher o que provar primeiro.


INFO –  CASA DO TOMATE

Horário: Todos os dias das 8h30 às 18h; o restaurante abre todos os dias das 11h30 às 17h

Preço: A visita custa R$2.

Site: casadotomate.com.br


O Parque da Ovelha é um complexo que congrega uma loja (a Casa da Ovelha, uma construção de 1917 e que ainda mantém suas características originais) e um parque de vivências, onde pode-se participar de atividades costumeiras em uma fazenda de ovinos leiteiros.

É uma das atrações mais procuradas dentro do roteiro do Caminhos de Pedra, principalmente por ser um ótimo programa para crianças. No parque, os visitantes são recebidos por monitores e há atividades diversas a cada meia hora (alimentação de ovelhas, pastoreio, tosquia e até uma falcoaria) e que podem ser  consultadas em um quadro na entrada.

Não era nossa intenção entrar no parque mas, mesmo assim, achei o preço do ingresso um pouco salgado.


INFO –  PARQUE DA OVELHA

Horário:

  • Segunda-feira das 09:30 às 17:30hs
  • Demais dias das 09:00 às 17:30hs
  • Última entrada para o Parque às 16:00hs

Preço: Para acesso ao parque, adultos pagam R$80 ; crianças de 6 a 10 anos pagam R$40 e até 5 anos é gratuito.

Site: parquedaovelha.com.br


Logo ao lado fica a Casa de Massas e Artesanato, aberta em 2005 e que pertenceu à família Dal Pizzol. A casa, datada de 1910 abriga na parte superior um museu com objetos utilizados pelos imigrantes italianos para trabalhos em madeira.

Embaixo fica a loja onde são vendidos todo tipo de massa, com destaque para o delicioso tortéi, além de biscoitos e geleias e peças de artesanato.

O restaurante vizinho se chama Fracalossi, oferecendo almoço e um café colonial em uma linda construção, totalmente em pedra, de 2004.

Misturando madeira e pedra, a Casa Vanni é um dos restaurantes mais simpáticos da região. Na parte superior há uma loja e um local para degustação de vinhos diversos.

Em 1996 foi totalmente restaurada pelo projeto Caminhos de Pedra e desde então oferece pratos a la carte (com ênfase nos risotos e massas) fugindo um pouco do esquema de rodízio tão comum por essas bandas.

Nos fins de semana a procura costuma ser grande, mas a espera é amenizada com vários espaços externos cobertos com ombrellones e até uma área de recreação infantil.

Ainda não foi desta vez que almoçamos aqui, vai ficar para a próxima vez.


INFO –  CASA VANNI

Horário: de quinta a terça das 12h às 15h30; quarta fechado

Site: casavanni.com.br


Desviando um pouco da rota dos Caminhos de Pedra, fomos até o município de Pinto Bandeira para um dos locais mais agradáveis da viagem anterior: a vinícola Geisse, desta vez com sol e calor, bem diferente da vez anterior (veja nesse post).

E que mudança de visual! Várias pessoas aproveitavam o tempo firme para se esparramar no gramado e degustar um dos vários espumantes premiados da vinícola.

E foi o que fizemos: pedimos um Cave Amadeu rosé acompanhados das deliciosas mini empanadas e ficamos vendo o tempo passar sem pressa. Tem coisa melhor?


INFO – CAVE GEISSE

Horário:

Preço: A degustação custa R$20 (valor abatido nas compras), com direito a 5 exemplares; a visitação custa R$40, com acesso ao processo de fabricação, a degustação de 5 vinhos e uma taça de recordação.

Site: casavalduga.com.br


Nossa próxima parada foi na Vinícola Valmarino, que também fica no mesmo município. Criada em 1997, seu nome homenageia a região italiana de onde vieram os antepassados imigrantes do fundador.

A empresa familiar (a mesma da vinícola Salton, que visitamos no dia anterior) tem uma produção relativamente modesta. Por essa razão o foco deles é na qualidade de seus produtos.

Fizemos uma degustação de 4 produtos por R$10: dois espumantes (Valmarino Nature e um Extra Brut, muito bons) e dois vinhos tintos (um varietal de Cabernet Franc e o Reserva da Familia , um belo corte de cabernet franc, cabernet sauvignon, merlot e tannat).


INFO – VINÍCOLA VALMARINO

Horário: De segunda a sábado das 9 às 18h; aos domingos abre das 10 às 16h.

Preço: A degustação custa R$10 com direito a 4 exemplares;

Site: valmarino.com.br/pagina/7-apresentacao


Para finalizar, voltamos para o roteiro dos Caminhos de Pedra para visitar a Casa das Cucas Vitiaceri.

O local é um dos mais visitados nesse roteiro e ao final da tarde continuava cheio. Os pontos fortes da casa são mesmo as cucas, com recheios diversos como morango, frutas vermelhas, coco e doce de leite entre outros sabores, inclusive salgados.

Também produzem espumantes, vinhos e suco de uva, além de sanduíches e outros petiscos que podem ser degustados em edredons no gramado do outro lado da rodovia.

Pedimos um espumante rosé e duas cucas salgadas (de tomate seco e de azeitona) e levamos duas cucas doces (de morango e doce de leite e outra de frutas vermelhas) para degustar em casa.


INFO –  CASA DAS CUCAS

Horário: Todos os dias das 9h às 18h.


Ainda deu tempo de apreciar um lindo por do sol no trajeto de retorno para casa.

 

Vale dos Vinhedos 2019 – ida ao distrito de Faria Lemos

29 setembro 2019


E, pouco mais de um ano depois, eis que estamos de volta ao Vale dos Vinhedos, desta vez com a desculpa de estar acompanhando minha sobrinha, que adora um espumante e marcou sua viagem de férias justamente para lá.

Mais uma vez aproveitei um fim de semana um pouco mais longo para curtir o local como se deve: com calma e pelo menos 2 dias inteiros.

Chegamos no novíssimo aeroporto de Porto Alegre em uma sexta feira no início da noite e fomos direto pegar o carro que alugamos para subir a serra. A estrada estava boa apesar de ser o início do fim de semana e em menos de 1h30 chegamos a Bento Gonçalves, nossa base para os próximos 3 dias.

Ficamos em um apartamento novinho alugado no Airbnb, bem localizado próximo ao centro da cidade e só deu tempo de pedir uma pizza e depois dormir para aguentar o pique dos dias seguintes.

No sábado saímos bem cedo para tomar o café da manhã e encontramos a deliciosa padaria Dolce Gusto (Rua Herny Hugo Dreher, 463) que tem um buffet aos sábados com todas as gostosuras que se possa imaginar.

Há pães diversos, pão de queijo recheado, frios, frutas e sucos, além de sobremesas inesquecíveis – não deixe de provar a torta de maçã deles.

Seguimos então na direção norte até o distrito de Tuiuty, no vale do Rio das Antas, onde ficava a nossa primeira parada: a vinícola Salton que tem uma linda construção como sede.

Decidimos não fazer a visita guiada pois seria muito demorada (2 horas) e não queríamos sacrificar as outras paradas do dia.

Tiramos fotos da bela sede e fomos direto à loja onde fomos positivamente surpreendidos com o que vimos.

Datando de 1910, a empresa possui uma gama bastante variada de produtos, indo dos espumantes (que tem ótimo custo benefício, vale destacar!), passando pelos inúmeros vinhos, sucos de uva (branco, rosé e tinto), chás gelados e até gin!

Confesso que não imaginava tamanha variedade.

Fomos muito bem atendidos (para quem mora no Rio como eu, isso é digno de nota!) e pudemos provar vários dos itens à venda. Acabei comprando um pinot noir por um ótimo preço.

Resumindo, a vinícola é uma das mais conhecidas na região e o edifício sede é mesmo bem bacana (o tour guiado com degustação visita o seu interior), mas não vá esperando vinhos fantásticos.

A ênfase aqui é no custo benefício: nada é maravilhoso, mas os preços compensam e muito.

Alguns produtos (como os espumantes, por exemplo) tem preço semelhante aos encontrados nos supermercados do Rio ou São Paulo, por isso dê preferência para adquirir/experimentar aqueles itens mais difíceis de encontrar na sua cidade.


INFO – VINÍCOLA SALTON

Horário:  Segunda à sexta das 9h às 16h; sábados das 10h às 16h; domingos das 11h às 16h.

Valor:  O tour Intenso tem saídas diárias de hora em hora desde a abertura do local até às 15h – custa R$30 com R$15 revertidos em compra e inclui passeio pelos vinhedos e caves, além da degustação de 5 vinhos em sala especial, com duração total de 2 horas;

          O tour Gerações deve ser agendado e tem o adicional de visitar uma sala secreta e a degustação de 6 produtos premium com harmonização de frios – custa R$80 com R$20 revertidos para compra e dura 2h30, com saídas diárias às 10h (no domingo às 11h) e às 14h.

Site:   www.salton.com.br


Descemos até o distrito de Faria Lemos, onde fica a famosa rota das Cantinas Históricas (saiba mais neste link), que reúne uma série de produtores locais que mantém a história e a cultura dos imigrantes que utilizavam as referidas cantinas para armazenar os produtos. É um percurso bonito, aliado a lindas paisagens e que deve ser feito por quem dispuser de mais tempo na região.

Não era nosso caso, infelizmente, por isso fomos direto para a vinícola Dal Pizzol, famosa por seus espumantes. Criada em 1974 com o nome de Vinícola Monte Lemos, privilegia a produção controlada de seus produtos.

A vinícola é uma das principais atrações de Faria Lemos, sendo recomendável também para crianças, pois além de poder degustar os seus vinhos (e os onipresentes sucos de uva, claro!) há também uma extensa área com animais e parquinho infantil.

Um dos destaques do local é o Ecomuseu, que apresenta alguns utensílios utilizados na elaboração e consumo do vinho, além de uma coleção de garrafas de vários exemplares nacionais e estrangeiros.

O museu também tem uma área externa onde ficam exemplares de uvas do mundo inteiro, chamado de Vinhedo do Mundo, considerada uma das maiores coleções de uvas privadas no mundo. Em 2013 foi produzido o VinumMundi, a partir de microvinificações de 100 variedades de uvas.

O local tem uma extensa área verde e até um lago. Várias espécies de plantas nativas, frutíferas e ornamentais estão presentes. Pode-se fazer um piquenique na área externa adquirindo uma tábua de frios e o(s) vinho(s) de sua preferência.

Com o tempo nublado e sujeito a chuvas preferimos não arriscar e, depois das visitas, fizemos uma degustação básica na loja, que custou R$25.

Pudemos escolher 6 exemplares dentre espumantes, tintos e até suco de uva. Destaque para o Enoteca, quase um corte bordalês (merlot, cabernet franc e cabernet sauvignon). Os varietais de Cabernet Franc e Pinot Noir também são muito bons.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


INFO – VINÍCOLA DAL PIZZOL

Horário: De segunda à sexta das 09h às 17h. Aos sábados, domingos e feriados das 10h às 16:30h

Valor: A degustação custa R$25 com prova de 5 produtos a escolher; há uma degustação às cegas no valor de R$75 mediante agendamento prévio.

Site:   www.dalpizzol.com.br/home


Resolvemos fazer nosso almoço tardio no Leopoldina Jardim que fica em uma casa construída em 1930, que foi comprada pelos proprietários da Casa Valduga.

Logo ao lado fica a pequena Capela das Almas, considerada a mais antiga da região, tendo sido fundada em 1927.

Além do local ser lindo, pode ser uma boa oportunidade para os amantes da cerveja provarem os rótulos da casa, Não era nosso caso, pois viemos aqui atrás do vinhos mesmo.

A parte externa é muito bonita, com vários ambientes para se degustar um vinho e petiscos ao ar livre. O restaurante tem decoração sóbria, com muita madeira e pedra.

Após olhar o cardápio, quase todos à mesa resolveram pedir o mesmo prato: um capeletti ao molho funghi sensacional, tanto no gosto quanto no tamanho perfeito, devidamente acompanhado de um espumante.

Ainda deu tempo de pedir uma sobremesa: uma cheesecake de caramelo deliciosa.

O local possui uma delicatessen onde são vendidos produtos de beleza, além de geléias e doces da Casa da Madeira ( que também pertence ao grupo Valduga).

Como se não bastasse ainda há uma sorveteria, com sabores deliciosos como o de figo com nozes.

O destaque do local é mesmo essa árvore pitoresca que fica no meio da área externa, em frente ao restaurante. Linda, não?


INFO – LEOPOLDINA JARDIM

Endereço: Via Trento, 2915, Bento Gonçalves

Horário: Terça a domingo das 12h30 às 18h30; fechado na segunda

Preço: O local cobra entrada aos fins de semana, R$15. Esse valor é abatido do consumo no local


Retornamos então para o Vale dos Vinhedos e paramos na Casa Valduga, onde já havíamos ido no ano anterior (leia o relato neste post). Percorremos a loja do local, que, como sempre, estava repleto.

As meninas se interessaram mais pelos produtos de beleza que eram vendidos por lá e que aparentam ser o mais novo filão do mercado enoturístico.


INFO – VINÍCOLA CASA VALDUGA

Horário:   Todos os dias, das 9h às 17h ; a visitação ocorre todos os dias nesses horários  – 09h30, 10h30, 11h30, 13h30, 14h30, 15h30 e 16h30; aos domingos e feriados o último horário não é oferecido.

Preço: A degustação custa R$20 (valor abatido nas compras), com direito a 5 exemplares; a visitação custa R$40, com acesso ao processo de fabricação, a degustação de 5 vinhos e uma taça de recordação.

Site: casavalduga.com.br


Nossa última parada foi na pequena Terragnolo, vinícola que pertence ao domínio da Casa Valduga, cuja história começou com a chegada do imigrante Luigi Valduga, proveniente exatamente da cidade de Terragnolo, que fica na região de Trento, norte da Itália.

Uma das particularidades da vinícola é que eles só trabalham com vinhos que estagiam em barricas de carvalho, conferindo assim maior estrutura ao produto final, além de taninos mais pronunciados.

Todos os vinhos que experimentamos (destaque para o cabernet franc) eram bem encorpados e de qualidade indiscutível, características que ficam evidenciadas pelo preço um pouco acima da média na região. Além dos vinhos o atendimento também foi acima da média. Uma experiência muito agradável.

Trabalham também com a Marselan, uva francesa que não é facilmente encontrada e que se desenvolveu bem na região.

Aqui também experimentei o melhor suco de uva da viagem, sem dúvida. Vale a pena levar ao menos um exemplar para casa.

A vinícola possui uma pousada com 5 quartos, todos com nomes de uvas.


INFO – VINÍCOLA TERRAGNOLO

Horário: Todos os dias das 9h às 17h30 (domingo até ás 14h).

Valor:  As degustações são gratuitas e podem ser feitas sem reserva.

Site: www.terragnolo.com.br


Para o jantar escolhemos o Canta Maria, que ficava próximo ao nosso apartamento e que nos foi recomendado.

O restaurante trabalha com aquela sequencia de pratos italianos que parece ser a norma por aqui mas tem a vantagem de ter a opção mais barata onde se escolhe apenas um tipo de carne e acompanhamento à vontade, ao invés do rodízio completo.

Delícia de primeiro dia!

África do Sul 2019 – Johannesburg

13 setembro 2019

Maior cidade sul-africana e uma das mais populosas do continente, Johannesburg é uma aberração. Para começar, tem a localização mais improvável para uma metrópole: afastada de qualquer fonte de água e assolada por períodos de seca, principalmente no inverno, a cidade sofre com a escassez do precioso líquido.

Fundada em 1888 em função da descoberta de ouro e da exploração de diamantes, ainda hoje é um chamariz de empregos diversos, não só para os sul-africanos como imigrantes vindos de outros países africanos (vários motoristas de Uber vem de países próximos como o Zimbabwe).

Com população englobando quase 12 milhões de pessoas (dependendo do censo) é uma cidade feia, caótica, com pobreza aparente e pedintes nos bairros mais abastados, que tem cercas eletrificadas instaladas em todas as suas residências.

Era a minha quarta vez na cidade: em outras ocasiões, quando viajei a trabalho, a utilizei apenas como escala e fiquei hospedado ao lado do aeroporto pois pegaria um voo na manhã seguinte.

Desta vez resolvemos ficar dois dias na cidade e, na minha humilde opinião, não valeu a pena, considerando a grande oferta de locais interessantes no país. Com certeza teria preferido passar mais uns dias em Stellenbosch.

Em relação à hospedagem existem apenas dois bairros que aparentam maior segurança: Sandton e Rosebank.

Ficamos neste último, em um apartamento aconchegante em frente ao shopping The Zone, que acabou sendo nossa principal fonte de alimentação, com supermercados e áreas com restaurantes diversos.

Para sair do movimentado aeroporto OR Tambo pode-se tomar o moderno (e caro) Gautrain, que leva até os bairros nobres do norte e tem ponto final na cidade vizinha de Pretoria.

Caso esteja sozinho, esse pode ser o modo de transporte mais barato e rápido (cerca de 30 minutos até Sandton, um pouco mais para Rosebank) para sair do aeroporto.

Como estávamos em 3, utilizamos o Uber, que funcionou bem no país em todas as ocasiões e custa apenas poucos rands a mais do que a passagem do Gautrain.

Como era nossa primeira vez na cidade, e também por conta da segurança, decidimos iniciar nosso passeio apostando no ônibus hop-on hop-off , que funciona perfeitamente em Cape Town.

O ponto inicial do ônibus ficava justamente no The Zone, o que o tornava mesmo a opção mais prática.

O ingresso de 220 rands (200 rands se comprados pela Internet) dá direito a percorrer duas linhas em um ônibus de dois andares, como mostra o mapa abaixo.

A primeira linha (verde) é bem curta e passa pelos jardins do zoológico, local onde fizemos nossa primeira parada.

O parque é agradável, mas estava praticamente deserto naquela manhã de domingo, por isso andamos um pouco pelo local e ficamos esperando pelo próximo ônibus.

Tendo visto vários animais ao ar livre, não quisemos parar no zoológico nem no Museu Militar. A linha verde continuou por ruas arborizadas, na parte mais bonita do trajeto.

Passamos pelo bairro de Houghton onde ficam alguns dos colégios mais tradicionais da cidade como o St. John’s College mostrado na foto abaixo. Fundado em 1898, aceita apenas meninos.

A linha verde termina na Constitution Hill, local sede do Tribunal Constitucional da África do Sul. Ali também fica o Old Fort, construção de 1899 que foi utilizada como prisão para imigrantes britânicos que desrespeitassem as leis do país. Nelson Mandela chegou a ficar preso lá por cerca de um ano.

Nesse ponto final troca-se de ônibus para a linha vermelha, mais extensa.

 

 

Seguimos então em direção ao centro da cidade que nos ofereceu uma visão péssima, talvez por ser um domingo: com ruas desertas e mendigos vagando por todas as partes, era a imagem do abandono.

Uma das paradas era no Carlton Center, o edifício mais alto da África que possui um mirante de onde se tem uma visão desimpedida da cidade, mas não nos pareceu muito atraente, já que a cidade é bem plana.

Quem quisesse descer ali deveria aguardar até que viesse alguém do local para buscar o grupo. Imagino que seja por segurança…

Continuamos percorrendo o centro parando no James Hall Museum of Transport até que chegamos ao que parecia um oásis: o Gold Reef City Theme Park, parque de diversões que foi construído em uma antiga mina de ouro fechada em 1971.

Fazendo parte do mesmo complexo, logo foram erguidos ao lado um hotel e um cassino, o que garante diversão para a família inteira.

Ao lado fica o Museu do Apartheid, um dos mais importantes do país, contando a história da segregação racial na África do Sul através de vídeos, fotos e outros documentos, de maneira bem impactante.

Acabamos fazendo uma volta completa pela linha vermelha e decidimos retornar para Rosebank para um almoço tardio. Comi uma quiche deliciosa…

…e um fantástico carrot cake de sobremesa.

Para o jantar fomos ao The Firs, um shopping luxuoso construído na década de 70.

Escolhemos o simpático restaurante Doppio Zero e, apesar das mesas externas, escolhemos sentar no interior por conta do frio. Comi um espaguete com camarões que estava ok.

O passeio do dia foi válido para se ter uma ideia um pouco melhor da cidade e conhecer sua geografia. No entanto, não nos sentimos animados a explorar suas atrações e mesmo o Museu do Apartheid me pareceu um pouco pesado para aquele dia lindo.

Claro que existem atrativos na cidade e conheço pessoas que gostam muito de Johannesburgo, mas minha impressão não foi das melhores e, como disse acima, o país é cheio de lugares muito interessantes e que merecem maior destaque.

África do Sul 2019 – Cidade do Cabo

8 setembro 2019

A Cidade do Cabo (Cape Town, como é conhecida por lá) continua sendo um dos locais mais interessantes do país com várias atrações no seu entorno.

Nessa minha segunda visita à cidade, mais curta, revisitamos alguns dos lugares preferidos e descobrimos outros ângulos dessa belezura sul-africana.

Alugamos um lindo apartamento em Green Point, na mesma rua que havíamos nos hospedado da primeira vez, o que facilitou o nosso reconhecimento do bairro. A posição central, próxima aos principais atrativos da cidade nos desanimaram a procurar outro bairro para nossa hospedagem. Não nos arrependemos!

Inicialmente pensamos em comprar dois dias do passe do ônibus hop-on-hop-off (veja o relato da visita anterior nesse post) mas acabamos desistindo por achar que valeria mais a pena usar o Uber tanto em termos econômicos quanto em relação ao tempo, já que não queríamos repetir tudo. Além do mais, como já tínhamos ido à Klein Constantia, as outras atrações estavam a poucos quilômetros.

Uma dessas era a subida à Table Mountain que, espantosamente, ficou “destampada” durante os dois primeiros dias de nossa estada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ainda é um programão subir de bondinho até os quase 1.000 metros de altitude (o ingresso fica um pouco mais barato se você subir depois das 13h).

Lá em cima encontram-se várias trilhas e as vistas em 360 graus da cidade.

O único senão foi que subimos próximo ao meio dia o que inviabilizou melhores fotos. Como dizem aqui na cidade, se você conseguir ver o topo da montanha sem nuvens, corra para lá e suba imediatamente!

Depois tomamos um Uber até Camps Bay para um super almoço no restaurante Mantra Café, à beira mar: com entrada, prato principal e sobremesa, ainda tivemos direito a uma taça de vinho por apenas 200 rands!

 

 

 

 

 

 

Camps Bay continua sendo uma ótima pedida para aquele passeio no calçadão, sempre muito movimentado, mesmo no inverno.

 

Seguimos então para o Victoria and Alfred Waterfront, sempre lotada de turistas. Acabamos nos encontrando com um casal que conhecemos durante a nossa travessia da Bloukrans Bridge (mundo pequeno, né?), que nos convenceu a fazer um passeio de barco para ver o por do sol.

Como estávamos em 5 conseguimos um excelente desconto – cada um pagou 200 rands (quando o preço normal era 350 rands). A baixa estação tem os seus encantos, né?

O barco na verdade era um catamarã, que deslizou silenciosamente pelo oceano sem maiores balanços, já que o mar estava bem calmo.

O passeio foi muito bom e ainda dava direito a uma taça de espumante, degustada exatamente ao por do sol.

Vimos outros ângulos da cidade, como na linda vista da foto que abre o post e também algumas focas descansando em uma boia…

… e pudemos acompanhar o sol se pondo criando imagens incríveis.

Se o dia estiver tão bonito quanto esse, o passeio marítimo é mesmo uma excelente pedida. Se você tiver tempo, faça!

No outro dia de manhã cedo tomamos mais um Uber para o colorido bairro de Bo Kaap, onde se instalaram os trabalhadores malaios que aqui chegaram. O local está mais atraente com algumas lojas e até cafés transados como o da foto abaixo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Continuamos andando pelo centro da cidade até o Company’s Garden, verdadeiro oásis no centro da cidade com plantas e animais.

Os esquilos locais são dos mais sociáveis ever, praticamente subindo nas roupas dos visitantes em busca de comida.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ao lado ficam alguns edifícios importantes como o lindo prédio do Parlamento da República Sul-Africana (Cape Town é a capital legislativa do país, sendo Bloemfontein a judicial e Pretoria a administrativa).

Um pouco mais a frente encontramos a Iziko National Gallery, que contem obras de artistas ingleses, holandeses e franceses, dos séculos 17 a 19.

O parque ainda abriga dois outros museus, o South African Museum e o Jewish Museum.

Continuamos andando pelo centro da cidade, passando pela praça mais icônica da cidade, a Grand Parade, que recebeu milhares de pessoas em 1990 para ouvir o discurso de Nelson Mandela, recém liberado da prisão, da varanda do imponente prédio da Prefeitura.

Logo ao lado da praça fica o Castelo da Boa Esperança, cuja visita foi descrita neste post.

O Victoria and Alfred Waterfront continua sendo o ímã da diversão em Cape Town, com novas atrações como o incrível Zeitz MOOCA (Museum of Contemporary Art Africa) construido em 2016 em um silo abandonado.

Visitamos a área do museu no nosso último dia, mas com o propósito de jantar em um restaurante que nos foi recomendado em Stellenbosch por um casal que vive em Cape Town: o novo Granary Cafe, que fica no super luxuoso Hotel Silo, ocupando seis andares bem em cima do MOOCA.

Além desse restaurante, o hotel possui um dos rooftops mais concorridos da cidade, onde se pode tomar um drink ou almoçar com uma das mais lindas vistas de Cape Town.

Comi um sensacional chicken supreme (peito de frango grelhado acompanhado de cogumelos selvagens e maionese de daikon).

O tagliatelli de camarão com queijo pecorino também parecia muito apetitoso.

O jantar foi uma delícia: além do serviço primoroso e da linda decoração do local, a comida estava maravilhosa e os preços bem razoáveis para o ambiente e a qualidade. Em suma, um custo benefício excelente.



Vejam mais posts da Cidade do Cabo:

Cidade do Cabo, parte 1

Cidade do Cabo, parte 2

Cidade do Cabo, parte 3

Cidade do Cabo, parte 4

Passeio ao Cabo da Boa Esperança e Kirstenbosch

Cidade do Cabo, ida ao restaurante Test Kitchen

África do Sul 2019 – de Stellenbosch à Cidade do Cabo

2 setembro 2019

No nosso último dia em Stellenbosch ainda deu tempo para visitar mais uma vinícola: escolhemos a charmosa Rust en Vrede, que ficava no caminho para nosso próximo destino que era Cape Town.

Essa linda propriedade tem quase 320 anos sempre dedicada à produção de vinhos, mas somente em 1977 a família proprietária resolveu se especializar apenas em vinhos tintos, a maioria deles varietais, ou seja, utilizando apenas um tipo de uva específica para cada produto, com foco nas 3 uvas cultivadas ali: syrah, cabernet sauvignon e merlot.

Além de ter sido a vinícola escolhida pelo Presidente Nelson Mandela por ocasião do jantar de gala do Prêmio Nobel da Paz, foi a primeira sul-africana a ter um vinho escolhido como um dos 100 melhores vinhos do mundo, o que foi repetido nos quatro anos posteriores.

Com várias opções de degustações, escolhemos a Estate Tasting que oferecia 3 exemplares de cada uma das uvas cultivadas no local (Merlot e Cabernet Sauvignon de 2017 e Syrah de 2016), além de um blend de 2015 – Estate – uma mistura das três variedades de uvas (no caso do nosso exemplar, que era de 2015, o percentual de Cabernet Sauvignon era 62%, com 31% de Syrah e 7% de Merlot).

 

Degustamos os vinhos no agradável jardim externo, nesse dia esplendoroso e com temperatura mais que perfeita, acompanhado das explicações detalhadas de nosso sommelier. Um setting perfeito!

Também fizemos uma visita curta ao local onde os barris ficam armazenados antes do vinho ser engarrafado.


INFO – RUST EN VREDE

Horário:

  • Segunda à sábado : 09h00 – 17h00
  • Domingo: 10h00 – 16h00

Preços: A Estate Tasting custa 60 rands. A degustação vertical dos Estate, assim como a Single Vineyard custa 120 rands. Se quiser provar 7 vinhos (Estate + Single Vineyard) vai gastar 150 rands.

Site: rustenvrede.com


Iniciamos então nossa viagem até Cape Town. Decidimos pegar a estrada que passava por Kayelitsha, uma das maiores comunidades, não só dessa região, mas de todo o país. É realmente impressionante o tamanho!

A estrada seguiu acompanhando o litoral, que tinha algumas dunas e vegetação rasteira, uma visão bem mais agradável, embora um pouco mais longa, do que a N2, que segue pelo interior.

Antes de chegarmos ao apartamento aproveitamos para visitar mais uma vinícola, a Klein Constantia. Acho que vocês já perceberam que a gente gosta muito da combinação de comida boa com vinhos, né?

Uma das mais antigas vinícolas sul-africanas, tendo sido estabelecida em 1685 e iniciada sua produção de vinhos em 1692, a propriedade foi inicialmente dividida em três, sendo a maior parte dedicada a criação de gado. As outras duas partes formaram a Groot (grande) Constantia e a Klein (pequena) Constantia.

Em pouco tempo os vinhos ganharam notoriedade dentre a realeza européia, que possuía vários exemplares em suas adegas (Maria Antonieta e Frederico o Grande, imperador da Prússia, foram alguns de seus consumidores). Até a escritora Jane Austen escreveu sobre a vinícola em seu primeiro romance!

Depois da abolição da escravatura e o acordo entre a Inglaterra e a França para um comércio livre de impostos entre as duas nações em 1860, houve um declínio na produção dos vinhos dessa vinícola, culminando com a interrupção total, que durou de 1890 a 1986!

A partir daí houve uma retomada da produção com a recriação do famoso Vin de Constance, um vinho de sobremesa muito apreciado nos séculos 18 e 19 e cuja garrafa de 500 ml custa atualmente o equivalente a R$350!

Decidimos não fazer a degustação e partir logo para o almoço no Bistro local, em um ambiente externo super agradável à sombra de jacarandás. O menu oferecia a opção de 2 ou 3 passos, que poderiam ou não ser harmonizados com vinhos.

Escolhi a opção de prato principal e sobremesa, pois queria provar o mítico Vin de Constance, que era justamente o acompanhamento da sobremesa.

O prato principal estava magnífico: um steak de lombo de porco com cogumelos assados, batatas rústicas e molho chimichurri, acompanhado do Riesling local, uma delícia!

Contudo, o melhor estava reservado para o final: um lava cake de chocolate quente, servido com um chantilly decorado com raspas de laranja.

O Vin de Constance era mesmo uma belezura, casando perfeitamente com a sobremesa. E o garçon ainda foi bem generoso, nos dando uma dose extra desse maravilhoso vinho!

Que sorte a nossa!


INFO – KLEIN CONSTANTIA

Horário:

  • Segunda à sexta : 09h00 – 17h00
  • Sábado: 10h00 – 16h00
  • Domingo:  Fechado
  • Feriados: 10h00 – 15h00

Preços: Degustação a 80 rands. O Bistro abre de terça à domingo para almoço até 15h.

Site: http://www.kleinconstantia.com


Depois do almoço rumamos para o apartamento alugado no Airbnb, que ficava na Main Road no bairro de Green Point, o mesmo que ficamos na visita anterior em 2014. Esse bairro é o mais recomendado para se hospedar na Cidade do Cabo, por sua localização central e proximidade da principal atração da cidade, que é o Victoria and Alfred Waterfront.

O apartamento era enorme, com quartos espaçosos com camas king, televisão 4K, sofás confortáveis  e uma varandinha super charmosa.

Devolvemos o carro no final da tarde e voltamos a pé para o supermercado que ficava ao lado do nosso prédio para comprar mantimentos para o jantar e o café da manhã.

Acabamos curtindo um pouco nosso apartamento, aproveitando para tomar mais um exemplar de vinho nacional.

África do Sul 2019 – Stellenbosch, dia 2

28 agosto 2019


Neste segundo dia, após a maratona etílica anterior, só conseguimos visitar três vinícolas:

1. THELEMA

A primeira foi essa vinícola jovem que fica ao lado da Tokara (vide post anterior). Foi fundada em 1983 quando um contador de Durban resolveu mudar de profissão e investir na viticutura.

Cinco anos depois de plantar os vinhedos, saíram os primeiros exemplares, que logo se tornaram alguns dos vinhos mais admirados do país.

Não tardou muito para a família adquirir outra propriedade em Elgin, para continuar com a vitoriosa história da vinícola.

Fizemos uma degustação dividida com direito a escolher 6 vinhos do catálogo básico: escolhi  um branco (Sauvignon Blanc) e dois tintos (Pinot Noir e um Syrah). Todos estavam muito bons, com destaque para os tintos.

Aproveitamos para  comprar uma embalagem simples de papelão e isopor para acomodar 6 garrafas de vinhos.


INFO – THELEMA

Horário: De segunda a sexta das 9 às 17h; sábados e feriados das 10 às 15h; domingos fechado

Preços: Degustação a partir de 80 rands

Site: http://www.thelema.co.za


2. BOSCHENDAL

Voltamos à região de Simonsberg para visitar uma das vinícolas mais conhecidas das região, a Boschendal, que também é uma das mais antigas.

Seu nome significa Floresta (“Bosch”) e Vale (“Dal”) no idioma afrikaner, já indicando a posição privilegiada da propriedade, que é uma belezura. Vejam o acesso à sede da vinícola!

Os jardins estavam impecavelmente bem cuidados e a presença de um gazebo no meio do gramado dava um charme especial ao lugar.

A Manor House da propriedade tem arquitetura tipicamente holandesa e foi erguida em 1812.

Ali ocorrem as degustações de vinhos premium (“connoisseur tasting“, com 5 dos melhores vinhos ali produzidos), além das degustações históricas (“historic tasting“, começando com um espumante e seguido de 4 vinhos icônicos).

Fizemos uma degustação ao ar livre (“Under the oak tree“) com 5 vinhos, com destaque para o Le Bouquet, um branco bastante aromático e corte de algumas uvas e o Lanoy, um corte de Cabernet Sauvignon e Merlot bem redondinho.

Para acompanhar pedimos uma tábua de queijos, que veio com algumas torradinhas.

Foi a degustação perfeita para o final da manhã e com certeza abriu o apetite para o almoço.

Existe a opção de degustações combinadas com queijos e chocolate, além de outras que privilegiam os espumantes locais ou vinhos de uma mesma série (Playpen ou 1685).

Com tantas opções de todos os preços, difícil é escolher qual degustação fazer.

 

A propriedade também se destaca por seus restaurantes: o Deli tem assentos ao ar livre, mas é o premiado The Werf (foto abaixo) que rouba a cena com decoração sóbria e uma vista matadora.


INFO – BOSCHENDAL

Horário: todos os dias das 10 às 18h

Preços: As degustações começam em 65 rands (“Under the Oak”) indo até 350 rands (“Heritage“); na Manor House, as degustações custam 250 rands e duram uma hora e são oferecidas todos os dias de hora em hora, das 10 às 17h (“Connoisseur“) ou todos os dias às 11 e às 15h (“Historic“).

Site: http://www.boschendal.com


3. SPIER

Nossa próxima vinícola ficava na direção oposta e tivemos que atravessar quase toda a cidade até chegarmos na Spier, uma linda propriedade que fica na beira da estrada R310.

Datando de 1692, é uma das mais antigas do país e tem uma preocupação com a sustentabilidade, tendo sido reconhecida como tal por algumas organizações externas. Desde 1993 vem sendo administrada pela família que adquiriu a propriedade naquele ano.

O local possui um leque de opções para os amantes do vinho e da natureza: um hotel luxuoso com um salão bem charmoso, degustações diversas, mercado de artesanato, oportunidade para fazer um picnic nos gramados e ótimas opções gastronômicas.

Quer mais? Que tal passear de Segway pelos vinhedos ou passar o dia no spa do hotel? Com tantas opções, dá para passar o dia inteiro aqui se divertindo.

A lojinha do local  tem, além dos vinhos, alguns produtos bem interessantes como essa embalagem de isopor com capacidade para 6 garrafas e com o logo da vinícola. Além de prática e bonita, aqui ela custa mais barato do que em outros locais – sai por 200 rands.

Almoçamos no restaurante do hotel que estava quase deserto às 15h. Melhor assim, pois tivemos um atendimento especial.

Comemos um super sanduíche de peito de frango com queijo, molho acridoce, batatas fritas e uma salada grega. Acompanhamos com uma garrafa do Syrah local que casou bem com nosso prato.

Depois do almoço passeamos pelo local. O lago artificial tornava a paisagem ainda mais bonita, não acham?

Além de possuir uma série de obras de arte no seu interior, como outras vinícolas da  região, a Spier tem várias obras espalhadas por seus jardins, com destaque para a instalação da “Escultura interativa de Som”.

Concebida pela artista Jenna Burchell, a obra contém rochas coletadas em três regiões históricas da África do Sul: o Grande Karoo, o Berço da Humanidade e o Domo Vredefort. As rochas foram tratadas com um método japonês que utiliza laca misturada com pó de ouro, prata e platina.

Cada  uma das rochas emite um som advindo das leituras eletromagnéticas obtidas do local original de onde foram retiradas. Bem interessante!


INFO – SPIER

Horário: Todos os dias das 9 às 17h

Preços: As degustações começam em 40 rands (6 vinhos); vinho e chocolate a 70 rands; Winemaker Selection a 90 rands; para as crianças, há a degustação de suco de uva (40 rands).

Site: http://www.spier.co.za


Para o jantar repetimos a experiência que tivemos 5 anos atrás no restaurante Wijnhaus (veja esse post). Pedimos exatamente o mesmo prato, um talharim com frango, abobrinha, pinoli que continuava inesquecível.

E de sobremesa, um dos pilares da culinária sul-africana: o delicioso malva pudding coberto por uma calda de caramelo e acompanhado de uma bola de sorvete de baunilha.

Não poderíamos ter finalizado a estadia na cidade de maneira melhor.

Veredito final: Stellenbosch continua sendo um dos mais adoráveis cantinhos sul-africanos. Como se não bastasse a sua localização, entre lindas cadeias de montanhas, suas ruas arborizadas e suas casinhas brancas, a oferta de vinícolas e restaurantes faz com que seja uma parada quase obrigatória no seu roteiro pelo país.

África do Sul 2019 – Stellenbosch, dia 1

19 agosto 2019

O primeiro dia do tour enogastronônico procurou visitar as vinícolas que ficam entre as cidades de Stellenbosch e Franschhoek e que fazem parte de uma das linhas do wine tram, que sai dessa última cidade.

Para quem não estiver de carro alugado, o wine tram é uma ótima opção e que foi utilizado na primeira vez que estivemos nessa região (vejam esse post). Como estávamos em 3 pessoas, ficava bem mais econômico ir de carro mesmo, pois teríamos mais liberdade de horários – sorte que havia uma pessoa no grupo que não bebia.

Neste primeiro dia visitamos cinco vinícolas, descritas abaixo:

1.SOLMS DELTA

Pequena vinícola que fica na região de Simonsberg, a Solms Delta foi estabelecida em 2001 quando o professor Mark Solms retornou a seu país depois da volta da democracia. Na propriedade que ele comprou, algumas famílias locais já estavam residindo há várias gerações o que tornou essa vinícola especial, pois o lucro obtido com a produção de vinho é dividido entre as famílias na proporção de 50 – 50.

Fizemos uma degustação simples (Lifestyle Collection) para iniciar os trabalhos com um vinho branco (chenin blanc), um rosé (grenache noir) e um tinto (shiraz).

Confesso que os vinhos não me agradaram muito e apenas o tinto tinha alguma estrutura. Se você não tiver muito tempo, sugiro que visite outras vinícolas.


INFO – SOLMS DELTA

Horário:  Aberto todos os dias das 10 às 18h (de sexta ao domingo das 9 às 18h).

Preços: Lifestyle Collection a 40 rands | Heritage Collection a 85 rands

Site: http://www.solms-delta.co.za


2. BABYLONSTOREN

Nossa segunda vinícola era bem mais interessante e percebemos isso logo no início, pois o estacionamento estava lotado apesar desta ser uma das pouquíssimas na região a cobrar ingresso para entrar (30 rands por pessoa).

Também pudera: além de um hotel luxuoso, dois restaurantes (Babel e Greenhouse), locais para degustação e até uma fábrica onde são engarrafados sucos e água mineral, a propriedade possui também uma loja de produtos super completa, com destaque para os azeites e as geléias.

Sua arquitetura, datando da época da fundação da vinícola em 1692, está muito bem preservada e é um dos muitos encantos desse local, que é uma das mais antigas propriedades da região.

 

 

 

 

Mesmo que você não goste de vinhos a visita aqui é bem recomendada pela variedade de opções de entretenimento.

É uma delícia passear por entre as laranjeiras e seus jardins bem cuidados contendo cerca de 300 variedades de plantas e legumes, tanto comestíveis (cogumelos, aspargos) como medicinais.

Para quem aprecia, há um tour pago pelos jardins, onde você poderá tocar, sentir os aromas e até provar algumas frutas.

Fizemos uma degustação de 6 exemplares em um grande salão com vista para os vinhedos. Os vinhos aqui eram de melhor qualidade, sem dúvida, com destaques para o viognier, com uma acidez perfeita e o shiraz, potente e elegante.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


INFO – BABYLONSTOREN

Horário: Diariamente das 10 às 17h (inverno) e até as 18h no verão.

Preços: Entrada a 30 rands por pessoa.

Degustações começam em 30 rands para 3 vinhos e 60 rands para 6 vinhos. Visitas guiadas à adega são efetuadas diariamente a cada hora entre 11 e 15h e custam 75 rands com provas de 6 vinhos.

Site: babylonstoren.com


3. BACKSBERG

A terceira parada era uma das mais aguardadas já que havíamos programado uma degustação com uma variedade de queijos.

A Backsberg é  uma vinícola familiar, tendo iniciado a produção de vinhos no início do século passado, graças ao pioneiro C.L. Back, que chegou à Cidade do Cabo sem um tostão, vindo da Lituânia como refugiado. Aos poucos foi melhorando de vida até adquirir essa propriedade na década de 1920, utilizando inicialmente para agricultura mas gradualmente a ênfase se tornou o vinho, que era exportado principalmente para a Inglaterra.

A propriedade é muito bonita e fizemos nossa degustação ao ar livre. Eram 5 vinhos (Sauvignon Blanc, Chardonnay, White Blend, um Late Harvest e um Red Blend) combinados com 5 variedades de queijos.

E que degustação:

1. O Sauvignon Blanc teve um brie com figo como acompanhante (gostei mais do queijo do que do vinho);

2. O Chardonnay casou-se perfeitamente com o  queijo amarelo e duro Boland na melhor combinação das 5;

3. O White Blend foi par de outro queijo amarelo e duro, o Huguenot – bom vinho, ótimo queijo;

4. O Late Harvest de Gewürztraminer foi o melhor vinho do lote, combinando com um brie com chili; segunda melhor harmonização, na minha opinião;

5. Por último, o Red Blend (único tinto do programa, corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec) foi acompanhado de um brie Dalewood style apenas razoável.


INFO – BACKSBERG

Horário: Todos os dias das 9 às 17h (domingos das 10 às 16h30).

Preços: Degustações de 5 vinhos premium a 50 rands; 5 vinhos exclusivos a 60 rands; harmonização com queijos ou com chocolates a 95 rands cada. Há também degustação de brandy a 60 rands e uma experiência de blending (125 rands), onde se aprendem técnicas para misturas dos diferentes tipos de uvas a fim de se conseguir mais estrutura ou corpo.

Site: backsberg.co.za


4. VREDE EN LUST

Essa linda vinícola foi onde passamos mais tempo, pois decidimos almoçar no Lust Bistro.

Como sempre, escolhemos uma mesa ao ar livre e fomos bastante felizes ao pedir um wok de filé mignon. A foto não tem cheiro nem sabor mas podem acreditar que o tempero, que misturava sabores doces e salgados, estava sensacional!

Após o almoço fomos para a sobremesa que aqui incluía mais vinhos! Não poderíamos deixar de experimentar a harmonização de 6 vinhos com 6 chocolates Lindt diferentes (na ordem da foto abaixo: com sal marinho, limão, gengibre, toranja, menta e pimenta).

As três primeiras variedades foram acompanhadas de vinhos brancos e as três últimas com tintos.

Funcionou como uma sobremesa perfeita, com destaque para a harmonização do chocolate com toranja e o vinho tinto. Tudo isso com o acompanhamento da maravilhosa paisagem mostrada na foto abaixo.

A vinícola foi fundada por um refugiado religioso belga que chegou a Cape Town em 1688, após 70 dias no mar em um barco de 50 metros.

Desde o início foi passando por várias mãos até 1996 quando seu 17° proprietário decidiu realizar um trabalho de renovação visando modernizar a produção de vinho e extrair todo o potencial do local.

Na propriedade também há uma pousada de luxo com 10 quartos.


INFO – VREDE EN LUST

Horário: Todos os dias das 10 às 17h.

Preços: Degustação premium (6 vinhos) a 50 rands; Degustação Black Label (4 vinhos) a 75 rands; Lindt Excellence Pairing a 100 rands.

O valor da degustação é descontado se forem adquiridos produtos no valor mínimo de 300 rands.

Site: http://www.vnl.co.za


5. TOKARA

Essa vinícola foi uma das que visitamos na primeira vez na África do Sul (veja esse post). Ficamos tão encantados que decidimos retornar, já que estava no nosso caminho de volta para casa.

A vinícola tem um estilo arquitetônico moderno exuberante, além de possuir uma quantidade impressionante de obras de arte espalhadas tanto pelo interior como nas áreas externas.

Qualidades essas que ficam ainda mais impressionantes quando a visita é feita próximo ao horário do por do sol, oferecendo oportunidades para fotos belíssimas dessa que é realmente uma das mais bonitas da região. Imperdível!

Infelizmente, dado ao adiantar da hora e por conta da quantidade de vinhos que já havíamos experimentado, decidimos não fazer a degustação. Produz também azeites de oliva de ótima qualidade e que podem ser degustados.

O seu restaurante, aberto de terça a domingo para almoço e de terça a sábado para o jantar, é um dos mais elogiados (e caros) da região.


INFO – TOKARA

Horário: Todos os dias das 10 às 17h30.

Preços: Degustação de 3 vinhos a 50 rands. Degustação de 4 azeites a  30 rands.

Site: http://www.tokara.com


Depois de tantas visitas a vinícolas, acabamos fazendo um jantar em casa com massa e… mais vinhos!

E no próximo post tem mais!

África do Sul 2019 – de Mossel Bay a Stellenbosch

12 agosto 2019


Saímos de casa logo após o café, percorremos as ruas desertas da cidade naquela manhã de domingo quase inverno e rumamos para uma das mais interessantes atrações da cidade de Mossel Bay: o complexo de museus dedicados a Bartolomeu Dias, navegador português que aportou por aqui em 1488.

Segundo maior complexo de museus da província do Cabo Oriental (Western Cape), possui 3 edifícios principais: o Museu Marítimo, o Museu das Conchas e o Granary, este último o ponto de entrada no complexo.

No Granary há pequenas exposições sobre a geografia da região além de uma sala de conferência.

O Museu Marítimo é a principal atração do local, contando a história da passagem dos navegadores portugueses pela região no final do século 15 e suas conexões com os desbravadores ingleses e holandeses.

Apresenta também peças de vestuário da época dos descobrimentos, além de artefatos náuticos do século 19 e um bom acervo de fotografias.

Um dos destaques do museu é a réplica em tamanho natural da embarcação utilizada por Bartolomeu Dias. Essa réplica foi construída em Portugal e enviada para Mossel Bay em 1988. Seu interior pode ser visitado mas para isso é cobrado uma entrada à parte.

O Museu das Conchas, o maior de seu tipo na África, possui uma coleção de conchas e moluscos, além de um pequeno aquário com outros animais marinhos. Infelizmente não visitamos esse museu.

O complexo fica aberto de segunda à sexta das 9 às 16h45 (fins de semana e feriados até às 15h45). A entrada custa 20 rands (40 rands se quiser visitar o interior da réplica da embarcação usada por Bartolomeu Dias).

Depois da visita, iniciamos nossa viagem até Stellenbosch nesse que seria o maior percurso diário da viagem (364 km) tomando a N2, não sem antes abastecermos o carro.

Fizemos uma parada no meio do caminho na cidade de Swellendam, considerada a terceira cidade mais antiga do país. A cidade possui  alguns encantos, razão pela qual a incluímos nesse roteiro.

Repleta de construções históricas do século 18, época da instalação da Dutch East India Company no país, seu mais famoso cartão postal é mesmo a Dutch Reformed Church.

Apesar dos diversos estilos arquitetônicos, com elementos góticos e renascentistas, a forma final da igreja é bem bonita. As visitas podem ser feitas de segunda à sexta de 8 às 13h e de 14 às 16h (às quintas somente de manhã) e custam 5 rands.

A cidade é bem pitoresca, ainda mais pelo fato de ser circundada pelas montanhas Langenberg.

Resolvemos almoçar no restaurante Old Gaol, um dos poucos que estava aberto naquele domingo e que ficava em frente à igreja. Como o próprio nome diz, fica no local onde funcionava a antiga cadeia da cidade.

Como não estava com muita fome, pedi apenas um sanduíche. Escolhi um single-sided roosterkoek (pão típico sul-africano) de queijo com geléia de youngberry, perfeito.

A cidadezinha estava deserta, talvez por ser um domingo. Quase não se via carros ou pessoas andando nas ruas.

Seguimos viagem, pois ainda faltavam quase 200km para o nosso destino final. Felizmente a estrada continuava um tapete, com paisagens belíssimas das montanhas.

Chegamos a Stellenbosch no finalzinho da tarde e rumamos para o nosso apartamento alugado pelo Airbnb. Tivemos um pequeno contratempo já que o proprietário não havia sido avisado pela sua agente de que iniciaríamos nossa hospedagem naquele dia.

Depois de alguns minutos pudemos deixar nossas bagagens no apartamento e saímos para um passeio pela cidade enquanto eles faziam a arrumação do local.

A cidade continua uma das mais charmosas do país, com suas ruas repletas de obras de arte e sua igrejinhas.

Ao anoitecer decidimos jantar e escolhemos o Java Bistro, que fica na esquina da Church com a Andringa. Pedimos uma mesa na calçada para ficar vendo o movimento na rua.

Comi uma massa com frango e espinafre, mas minha atenção estava mais voltada para a sobremesa: meu preferido malva pudding, que aqui vinha com uma bola de sorvete de creme. Não foi o melhor que já havia comido, mas serviu para matar as saudades.

Notei que o número de pousadas descoladas havia crescido, embora a que havíamos ficado 5 anos atrás tenha fechado as portas. O turismo aqui continua sendo a principal vocação da cidade e não é para menos, pois fica a apenas 60km de Cape Town.

Voltamos para o apartamento e dormimos relativamente cedo nos preparando para a maratona etílica dos dias seguintes.

África do Sul 2019 – de Knysna a Mossel Bay

6 agosto 2019


Saindo de Knysna, resolvemos tomar a 7 Passes Road para ir ao nosso próximo destino que era a cidade de Mossel Bay.

Essa estrada sinuosa de 75 km que era a principal ligação entre Knysna e George até 1952 (quando a N2 foi construida) é considerada uma alternativa mais pitoresca ao asfalto da N2 e foi recomendada em uma série de blogs que se derramavam em elogios a suas paisagens.

Infelizmente vou ter que discordar.

Tendo seu início logo após a saída de Knysna, a estrada não é asfaltada em boa parte dos trechos, com muitas curvas e a constante apreensão de encontrarmos um carro em alta velocidade na direção contrária. O limite de velocidade de 60km aparentemente não é respeitado por todos.

Além do mais, não vimos nada que justificasse a incursão pelo interior: as paisagens eram insossas, os rios meros filetes de água barrenta, as pontes bem simples, as pequenas vilas modorrentas, ou seja, o tempo gasto não era vantajoso sob nenhum aspecto.

Na verdade não posso afirmar que não vale a pena, pois só percorremos cerca de metade da estrada, quando desistimos de continuar e tomamos o caminho asfaltado à esquerda, desembocando em Wilderness, e posteriormente seguindo nossa velha conhecida N2.

Logo depois paramos em um mirante para observar a foz do rio Kaimaans junto ao mar. Pelo viaduto abaixo passava a última linha de trem a vapor do país, a Outenika Choo Tjoe, que foi desativada em 2006.

Com 130 mil habitantes, Mossel Bay fica a apenas 400km de Cape Town e de Port Elizabeth, o que favorece a invasão de turistas dessas duas cidades, principalmente durante o verão. Fora da estação, contudo, fica perfeita para uma estadia mais tranquila.

A cidade foi batizada com esse nome em razão da grande quantidade de mexilhões (mossel, em holandês) encontrados pelos navegadores holandeses que aportaram aqui.

Inicialmente dependente da pesca e agricultura e do seu porto movimentado, a cidade se transformou após a descoberta de campos de gás natural offshore em 1969, tendo crescido de tamanho desde então.

Ficamos na parte antiga da cidade, próximo do farol de St. Blaize, que infelizmente não pudemos visitar por estar fechado nos fins de semana (Abre de segunda a sexta das 10 às 15h – entrada a 30 rands).

Com 20 metros de altura e construído em 1864, era um dos dois faróis na costa sul-africana que funcionava 24 horas por dia naquela época.

Nossa casa, alugada pelo Airbnb, foi uma das mais espaçosas e bem decoradas da viagem. A foto que abre o post mostra a vista do por do sol da varanda de casa.

Ficava bem localizada, na parte da cidade onde os primeiros habitantes se instalaram.

Pena não podermos aproveitar a simpática piscina por conta da temperatura não estar suficientemente quente.

Como já estávamos no meio da tarde, fomos procurar um lugar para almoçar e acabamos no Delfino’s, um restaurante que tinha um cardápio bastante extenso em Point Road, com mesas no interior e uma deliciosa área aberta que ficava em frente à praia.

Pedimos alguns drinks para começar (os preços eram bem em conta). Escolhi um blushing mimosa, com espumante, suco de laranja e granadina.

Para a refeição principal resolvi comer algo mais leve, pedindo um prato de peito de frango grelhado com uma salada de tomate, folhas, lascas de amêndoa, pepino, cebola roxa e queijo feta, acompanhado de um delicioso molho  de mostarda e mel.

 

O cenário para o almoço não poderia ser mais bonito, especialmente em função do dia ensolarado que fazia. Com a temperatura beirando os 20 graus, o final de tarde à beira mar estava maravilhoso.

Depois do almoço, fizemos um passeio de carro pela cidade passando pelas imediações do farol.

Logo abaixo do farol de St. Blaize fica a caverna de mesmo nome, local de uma das mais antigas escavações arqueológicas do país, que revelaram indícios de atividade humana de 200 mil anos.

Voltamos para a casa para apreciar o por do sol não sem antes comprar alguns ingredientes para o jantar (fizemos uma massa ao pesto) além de vinhos nacionais.

No dia seguinte ainda visitaríamos algumas atrações na cidade, mas isso é assunto para o próximo post.

África do Sul 2019 – Knysna, Robberg e Plettenberg Bay

31 julho 2019

Nossa base em Knysna tinha um motivo (além de conhecer a cidade , é claro): fazer uma trilha no lindo parque nacional da península de Robberg.

Robberg é uma reserva natural que fica em uma península a 8 km da cidade de Plettenberg Bay e foi declarada World Heritage Site pela UNESCO. Com entrada a 50 rands, é um local bastante visitado por turistas e oferece 3 opções de trilhas circulares:

1) Ida até o the Gap (2,1 km ida e volta);

2) Ida até as dunas de Witsand (5,5 km ida e volta);

3) Volta completa pela península, com 9,2 km ida e volta

Essa última opção demora cerca de quatro horas e tem nível médio de dificuldade, portanto não é adequado para crianças. Lembre-se que não há nenhuma estrutura nas trilhas, ou seja, aproveite para ir ao banheiro na entrada do parque e não se esqueça do protetor solar e de levar água e lanches.

Resolvemos fazer a segunda opção.

O início da trilha acompanha a parte norte da península, em um percurso relativamente plano, com poucas subidas e com lindas vistas das águas cristalinas.

A chegada até o the Gap é muito rápida e sem maiores dificuldades, mas também não apresenta maiores atrativos, por isso, se você tiver tempo, aconselho que faça uma trilha mais extensa.

Um pouco mais adiante conseguimos avistar os habitantes mais famosos do local: uma colônia de focas estava aproveitando o banho de mar e de sol próximo às rochas.

A trilha continuou tranquila até chegarmos nas dunas de Witsand, sem dúvida um dos locais mais bonitos da reserva.

Paisagem que foi superada em seguida pela visão da Ilha (“The Island” como ela é simplesmente chamada por aqui), um local acessível por terra na maré baixa, maré essa que ainda proporciona o espetáculo de formar duas lindas praias.

O local é o preferido das aves marinhas da reserva e estava quase deserto nessa época do ano, o que aumentou a sensação de paraíso.

O acesso à Ilha deve ser estudado para que a maré alta não impeça a volta. Preferimos não visitá-la, ficando apenas com a lembrança dessa belezura.

A volta é um pouco mais exigente do que o percurso inicial, com trechos sobre rochas que podem ficar escorregadias, portanto deve-se tomar cuidado extra.

Não se esqueça de olhar para trás para ter uma última visão da Ilha.

Fizemos o percurso inteiro em pouco mais de 3 horas com paradas para fotos e para admirar a paisagem. Foi um dos passeios mais agradáveis da viagem inteira e recomendo fortemente uma visita a Robberg.

Depois da trilha, fomos conhecer Plettenberg Bay, que fica logo ao lado.

Também chamada de Plett para os íntimos, essa cidadezinha é puro charme, mesmo na baixa temporada. Seu primeiro nome, dado pelos portugueses, foi Baía Formosa, o que faz jus a seu cenário.

Paraíso dos surfistas por conta de suas ondas, é também destino de muitos sul-africanos no verão, que lotam suas diversas opções de hospedagem. Na baixa estação, principalmente nos dias ensolarados que pegamos por lá, parece uma filial do paraíso.

Com lojinhas transadas, suas ruas principais são charmosas convidando para um window shopping sem pressa.

Achamos um restaurante mezzo oriental em um centro de compras bem simpático: comi alguns dumplings deliciosos…

…enquanto os outros pediram um prato de frango ao wok bem colorido.

Seguimos então para Knysna Heads para ver o por do sol.

Separando a lagoa de Knysna do oceano, as Knysna Heads são duas formações rochosas, cujo topo é acessível por carro até um mirante de onde se descortina uma linda vista da cidade e da lagoa e das montanhas ao fundo.

O acesso até lá é bem sinalizado, mas para chegar ao mirante, que fica em um corredor entre duas casas, necessita um pouco mais de atenção.


Passamos também pela Thesen Island.

A ilha de Thesen é um projeto que congrega várias ilhas artificiais ligadas por pequenas pontes e com 512 residências e uma grande marina. As casas foram construídas no estilo colonial marítimo, sendo fiéis ao passado marítimo da cidade.

Pela proximidade do waterfront da cidade, pode ser alcançado a pé pela ponte que a liga ao continente, sendo uma ótima opção de passeio de fim de tarde. E que final de tarde!

O waterfront da cidade foi claramente inspirado pelo Victoria and Alfred em Cape Town e é o chamariz do turismo local, com várias lojas, galerias de arte, restaurantes e outras atrações.

De lá saem alguns passeios marítimos pela lagoa ou mesmo para a reserva natural de Knysna Heads.

Apesar dos vários restaurantes, achamos que o local estaria um pouco deserto para o jantar por isso resolvemos achar outra opção.

Escolhemos o Chatters Bistro, um restaurante simpático que fica na Gray St. Comi uma pizza de brie, bacon e figos que estava um pouco queimada, mas tinha um ótimo sabor.

Ficamos duas noites em Knysna para poder fazer o passeio em Robberg, mas acho que deveríamos ter escolhido Plett para montar nossa base, já que nos pareceu mais atraente do que Knysna.